quinta-feira, 27 de novembro de 2014

All my bags are packed i´m ready to go!

Viajar é abrir as portas ao desconhecido. É abraçar o imprevisto e sair da zona de conforto. É conhecer novas gentes, respirar um ar diferente e enriquecer a bagagem cultural. Viajar é perceber que há um mundo lá fora à nossa espera, nem que seja por uns dias. É um reset ao que vivemos, formatamos o disco de modo a ficar com a memória preparada para receber toda a informação possível. É instalamos o que é imprescindível e aproveitamos cada dia como se fosse o último. É sugamos  o que a cidade que elegemos tem para nos oferecer.

Viajar é bom, independentemente do motivo. 

Mesmo marcada com muita antecedência, fui obrigada a alterar as datas iniciais. As desvantagens da espera, rapidamente se tornaram vantagens: vai estar muito frio, é provável que apanhe neve e, pelo intervalo de tempo, espero deliciar-me com a decoração de Natal.

Não planei de forma a saber por onde vou andar ou o que vou visitar. O meu único pedido foi conhecer o Arena Stadium - é nestas alturas que eu percebo que sou estranha.


Embora tenha algumas indicações e sugestões. Vou à descoberta do desconhecido. Só amanhã durante a viagem me vou concentrar para isso - o tempo por cá escasseou para conseguir deixar tudo organizado. Mas uma certeza tenho: vou aproveitar ao máximo!

Estou num frenesim doido para embarcar. O meu nervosismo e ansiedade estão ao rubro - como uma miúda. 

Por cá, deixo a grande responsável impaciente por não poder abraçar esta aventura comigo. À minha espera a amiga que me abriu as portas de sua casa, do seu coração e do tempo. Os bens mais preciosos que alguém nos pode dar. 

Destino: Amesterdão!

Até logo!

quinta-feira, 6 de novembro de 2014

As palavras que não te disse...

Quando acabamos uma relação - tenha a denominação que tiver - há sempre uma série de pensamentos - normalmente péssimos que nos corroem como acido - que ficam por dizer. Que na hora nos esquecemos. Que diríamos horas depois, quando o turbilhão de emoções acalmasse. Respostas que nos arrependemos. Ofensas irrefletidas. E outras tantas pensadas. Palavras letais, que perfuram afiadamente cada órgão vital, acabando por matar o que restava.

E infelizmente, esquecemos-nos de dar ênfase ao que houve de memorável.

Chegava sempre mais tarde do que a hora combinada, os dias andavam complicados. Entre a azafama das reuniões e das constantes viagens entre empregos, finalmente o dia acabava - contigo. E era tudo o que pensava ao longo de cada obstáculo.

Normalmente, esperavas por mim em tua casa. Nossa de vez em quando. O tempo suficiente para sermos o casal perfeito. Dentro daquele espaço, que sendo teu - nosso - nos completávamos. Gostava da tua casa, longe de tudo. Esquecia os problemas, o trabalho, as responsabilidades e as complicações - a vida real. Como se fosse um sonho - é a sensação que tenho.

Gostava da cumplicidade que nos unia. O que me fizeste redescobrir! - uma lufada de ar fresco.

Ao pé de ti era eu na minha plenitude. Tinhas a habilidade de trazer à tona o melhor de mim. Serenavas-me a alma e davas-me a paz de espirito guardada - escondida. Abstraia-me do mundo. Deixava lá fora - do outro lado da porta - as coisas menos boas. E talvez isso não tenha sido uma boa opção.

Não era amor. Mas foi uma paixão arrebatadora.

Sentia as pernas bambas ao subir a escada, e adorava a forma como me abrias a porta. O sorriso esboçado com ar de encantamento, o beijo e o abraço - compensava qualquer arrelia.

Uma nostalgia súbita se apodera de mim quando penso na forma como me beijavas - era sentido. A inevitável pulsação acelerada, a respiração ofegante e o que me segredavas ao ouvido... O beijo inesperado no escuro. A segurança e o conforto que me davas quando acordava a meio da noite e sentia o calor da tua mão bem no fundo das costas. 

Foi bom, tão bom enquanto durou.

Em fase da bonança, com as três letrinhas no fundo escuro bem interiorizadas, continua a ser bom relembrar - como um Amor de Verão. Faço-o com um sorriso. Não sinto saudades, mas recordo com o merecido respeito. Obrigada pelo que tivemos. Espero que me recordes da mesma maneira. Quando acordares do nosso sonho, não te esqueças, acabou. Sê feliz.