quinta-feira, 18 de agosto de 2016

A ternura dos 30´s.

Folheiem a vida, como se de um livro se tratasse. 

Página a página. Capítulo a capítulo. Sem saltar páginas, nem antecipar o final. 

Apreciem as pequenas maravilhas que o dia-a-dia vos vai dando. Um jantar agradável com uma amiga ou um simples dia de praia. 

O negativismo alheio incomoda-me, mas o que me perturba mesmo é a inquietação dos inquietantes, é o desespero com que agarram vezes sem conta o telemóvel. Ou marcam no calendário os acontecimentos menos bons. Dêem valor a quem se disponibiliza para vos ouvir - e ser ouvido. Esforcem-se para que aquele par de horas em que alguém vos está a dar o bem mais precioso que há - o tempo - seja merecido. Não há pior sensação que aquela de que nos fizeram perder o nosso valioso tempo.

Com a idade, aprendemos - eu pelo menos esforço-me bastante para isso - a serenar o coração e a alma. A apreciar e desfrutar de coisas que nunca tinha pensado. Até o paladar muda - assim de repente, lembro-me de substituir lentamente o chocolate pelo café. O refrigerante, por um bom copo de vinho. Os gostos refinam-se, amadurecem. Perdemos os medos e os receios. Assumimos as vontades e os desejos. 

Sinto-me no auge da minha essência, a todos os níveis.  

Portanto, todos os dias descobrimos uma folha nova, prontinha a ser escrita, se necessário, rasuramos  alguns parágrafos. Improvisem. 

Abracem a vida, como se não houvesse amanhã. Saciem diariamente a fome de serem felizes. Até aqueles livros, com contracapas rígidas podem ser mal interpretados, imaginem os mais os frágeis. Se a escrita não vos agrada, mudem de autor! Mas sejam exigentes. 

A história, essa é nossa. E a minha, sou eu quem rescreve escreve.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

O que eu quero é um Smeg!

Tudo o que precisam de saber é que a Smeg foi fundada em 1948, em Itália. E se isto vos soou completamente desconhecido, então pesquisem para saber mais, vão descobrir um mundo encantando de uma cozinha que jamais passa de moda! Não, não me pagaram para escrever sobre a marca, tão pouco vou ganhar um frigorifico no final do post, com muita pena minha!

Teria a linha completa, se a minha carteira permitisse.

Sempre que passo pela loja Smeg, fico a babar na montra, não pelo status, é mesmo pelo extremo bom gosto, a elegância das linhas, o vintage requintado que nunca passa de moda. A dúvida está mesmo  na cor, se o verde agua me encanta e seria o ponto alto da minha imaculada cozinha, aquele branco sujo, arrebatou-me- foi Amor à primeira vista - e ficava mesmo a bem com a fantástica caixa de pão que comprei no outro dia.

Depois de me embevecer,  sigo sempre caminho a pensar que é exatamente o que procuro num homem.


A analogia pode parecer estranha, mas acreditem que têm muito mais em comum do que parece.

A linha é Italiana,  por si só, já é um bom princípio e se o sotaque espanhol "me encanta", confesso que um "sono innamorato" deve soar lindamente. Mas, friamente falando, o português, é o português. - como diz o grande "não se ama alguém que não ouve a mesma canção".

Na minha última viagem, a Amesterdão, a minha amiga tinha um Smeg médio branco na cozinha, meio histérica disse: tu tens um smeg?! e ela respondeu do outro lado: um quê?! Um smeg! - Exclamei. Ela arqueou a sobrancelha com ar de espanto e disse: ai, tenho?! - Como podem constatar nem um Smeg agrada a todos.

Imagino-o um trintão - o filho do Smeg, pois claro! - com uma bagagem imensa por partilhar, bem vivido e acima de tudo bem resolvido. Sem dramas nem inseguranças. Desprovido de preconceitos machistas, com o desejo de partilha e de estabilidade. Bem sucedido o suficiente para se sentir bem com ele mesmo, sem recalques ou ambições fracassadas. Preparado para partilhar uma vida. Que me ensine e aprenda comigo. Que me envolva nos braços e me ame, sem pudores. Com a sabedoria de um bom vivã e com a intensidade de um apaixonado.

Não precisa de ser lindo, mas de ter o charme e requinte de um 50´s retro style mas ali mais dos 70/80´s, com mais experiência que eu. Não precisa de ser o mais alto, mas com arrumação. Não precisa de ser musculado, mas cuidado, boa aparência e ter os botões nos sítios certos. Congelar, manter a temperatura ou torrar, depende da ocasião. Ah! E a batedeira! Uma tentação. De misturar e chorar por mais. Já para não falar da simplicidade do fervedor. Todo um catálogo simples e incomparável. Único. Uma verdadeira tentação.

Acho que já merecia, pelo menos, uma torradeirazinha, verde água! - acabei de me decidir.