Num jantar em que por certo, muitos bons rapazes ficaram com
as orelhas em chamas, a conversa fluía de uma forma maravilhosa, o relógio e os telemóveis não existiam e tudo parecia perfeito. Até que o tema foi aprofundado e no meio dos vários testemunhos percebi que há quem não se sinta nada confortável com o
actual estado civil. E que lidam da pior maneira possível com o assunto. A meu
ver, devemos de gostar muito de nós. Relembro a velha máxima de que: “se não
gostarmos de nós, quem gostará?”
Há um grupo de pessoas que lida bem com os amigos
coloridos, que os têm com plena noção de que é tudo muito físico, embora haja
mesmo carinho entre as partes, mas que por algum motivo – dos mais variados –
não avançam para outro nível. As que perdem - ou ganham! - o controlo e que
acabam na Igreja. E as que não lidam nada bem com estas modernices. E é neste último grupo que me vou focar.
A vulnerabilidade faz com tenham comportamentos contra
natura. São mulheres inteligentes, realizadas profissionalmente, bonitas, que
tinham tudo para estar de bem com a vida. Não fosse esta não lhes facilitar a
única coisa que elas desejavam: uma relação. Elas só se querem sentir amadas e
acabam por se sentir usadas. Ouvi relatos de situações impensáveis neste mundo
tão avançado tecnologicamente para umas coisas e tão parado ainda para outras. Uma nuvem negra mudou a paleta do arco-íris destas mulheres tão fortes aos olhos dos outros e no fundo tão frágeis.
Frágeis, porque se sentem carentes. Não por inocência.
Frágeis, porque se sentem carentes. Não por inocência.
Quase todas acabavam com “mas sentia-me sozinha”.
Compreendo. Feliz ou infelizmente. Mas do que adianta ter companhia para um par de
horas se no fundo não é o que queriam? O desespero – ou a pressa – nunca foi
amiga da perfeição. E uma relação forçada certamente não será a parceira ideal. O "não" é um direito que nos assiste.
Refiro-me particularmente as mulheres, muito provavelmente
também acontece com o sexo oposto. Mas tenho a ideia de que a nível sexual os
homens estão mais resolvidos. Se usados, lidam melhor com o assunto.
O mundo virtual tem inúmeras vantagens. Eu escrevo de onde
me sentir confortável, de pijama, descabelada. Não importa. É onde me apetece.
Conforta-me e leva-me para longe. E essa a minha filosofia. Faço o que me
apetece. Não o que querem. É uma das vantagens! Não sou nenhuma santa, nem quero vender essa imagem.
Sou uma mulher, ciente das decisões que tomo. Tomo-as com a liberdade que me é
permitida. E durmo de consciência tranquila e de alma lavada.
Não está na mão de ninguém, só na vossa.
A carência torna-as alvos fáceis. Quando o que procuram é tão-somente
um colo. Um abraço. Um beijo!