“Não sabes o teu real valor”, disseram-me durante um cortejo
fúnebre. Por toda a carga inerente ao momento, o impacto foi enorme. Fez-me
pensar, repensar e concluir.
Posto isto, descobri o meu grande problema: eu espanto os
homens!
Tenho um emprego que me ocupa um dia inteiro, sou
independente, a profissão que escolhi - sou realmente feliz por poder exerce-la
- falo mais do que uma língua, já vivi fora do país, esforço-me por fazer
frente à crise, tenho perspetivas de trabalho. Quero aprender mandarim ou
atirar-me de cabeça ao doutoramento. Sou uma fada do lar – adoro cozinhar! Nos
planos, ainda consta constituir uma família. Ah! Já me esquecia, sou fiel! Tenho
na agenda todas as consultas dos meus avós para os próximos 3 meses. Em vez de pensarem que as mães me iam adorar, fogem a sete
pés.
Os homens gostam do poder, de se pavonearem com o que têm, e
se encontram uma mulher que olha para eles de igual para igual, veem-na como um
inimigo e não um aliado. Eu vejo vantagens, eles veem as desvantagens. Não
espero que me paguem a conta, nem que me abram a porta do carro, se o fizerem,
tanto melhor, mas sejamos práticos, alternamos as despesas e eu bato a porta,
devagar prometo!
Não nos podemos contentar com o pouco que nos dão. A relação
da acomodação está fora de moda. Digo isto porque se queremos igualdade de
direitos, então apliquemos a tudo. Temos direito à atitude. A não querer. A
acabar. A começar. E recomeçar, tantas vezes quantas as necessárias, sem medos.
Vejam-nos como Mulheres, que vamos adorar ver-vos como
Homens.
Fixem-se na vida daquelas, que como eu, procuram uma relação
para a vida, não há melhor suporte e ajuda para as resoluções das contrariedades
que um pilar emocional bem sustentado.
Aos que até se podiam encaixar no perfil, também encaixam no
ditado: “Dá Deus nozes a quem não tem dentes”. As “nozes” que se contentam com
as poucas mordidinhas que os “dentes” dão, vá se lá perceber.
Não dizem que atras de um grande homem está sempre uma
grande mulher? Então e se – para variar um bocadinho - atrás de uma grande
mulher estiver um grande homem? Justo, não? Melhor ainda, um casal, onde os dois têm o papel principal.
No amor, não há braços de ferro, há uma fusão de metais de quilates
incalculáveis.