Folheiem a vida, como se de um livro se tratasse.
Página a página. Capítulo a capítulo. Sem saltar páginas, nem antecipar o final.
Apreciem as pequenas maravilhas que o dia-a-dia vos vai dando. Um jantar agradável com uma amiga ou um simples dia de praia.
O negativismo alheio incomoda-me, mas o que me perturba mesmo é a inquietação dos inquietantes, é o desespero com que agarram vezes sem conta o telemóvel. Ou marcam no calendário os acontecimentos menos bons. Dêem valor a quem se disponibiliza para vos ouvir - e ser ouvido. Esforcem-se para que aquele par de horas em que alguém vos está a dar o bem mais precioso que há - o tempo - seja merecido. Não há pior sensação que aquela de que nos fizeram perder o nosso valioso tempo.
Com a idade, aprendemos - eu pelo menos esforço-me bastante para isso - a serenar o coração e a alma. A apreciar e desfrutar de coisas que nunca tinha pensado. Até o paladar muda - assim de repente, lembro-me de substituir lentamente o chocolate pelo café. O refrigerante, por um bom copo de vinho. Os gostos refinam-se, amadurecem. Perdemos os medos e os receios. Assumimos as vontades e os desejos.
Sinto-me no auge da minha essência, a todos os níveis.
Portanto, todos os dias descobrimos uma folha nova, prontinha a ser escrita, se necessário, rasuramos alguns parágrafos. Improvisem.
Abracem a vida, como se não houvesse amanhã. Saciem diariamente a fome de serem felizes. Até aqueles livros, com contracapas rígidas podem ser mal interpretados, imaginem os mais os frágeis. Se a escrita não vos agrada, mudem de autor! Mas sejam exigentes.
A história, essa é nossa. E a minha, sou eu quem rescreve escreve.