“O que precisas para pensar em ti?!”
Tantas e tantas vezes faço esta pergunta, e
sempre a mesma resposta - Sei lá!!
O pior nem é a pergunta em si, é a resposta que
não querem dar – assumem! Não sabem estar sozinhos. Custa deixar ir ou abandonar um Amor - mesmo que ele se revele, em certas alturas, o antónimo de
um Amor. Falta a coragem na hora certa, recuam na hora da verdade.
Pior mesmo é quando do coração pergunto, a quem
gosto muito, de verdade. Àquela amizade que sabe tudo de nós e nos respeita -
tanto ao pondo de nos ver mal tantas e tantas vezes e apenas estar lá - para
ouvir as nossas lamurias – dia após dia e vice-versa. Genuinamente. Ai sim, a
resposta à pergunta faz pensar a sério. Pensar no que estão a deixar que
aconteça na vida e no que passam em prole de um Amor, em já só resta o nome. Uma
história, e muito provavelmente só um passado.
Começo a achar que a idade nos trás sabedoria e
experiências, mas também nos trás muitos medos e ‘demências sentimentais’-
aceitação do mau como parte integrante do todo.
Por enquanto, está sem resposta para me dar, a
minha amizade sem fim! - Mas percebo que ‘chocalhou’ tudo lá dentro.
Pensar a fundo no que deixam ir por um Amor, no
que deixam de fazer por um Amor, no que deixam de ser por causa de um Amor –
doí imenso (e o ser Humano foge da dor a ‘sete pés’). Ansiamos tanto ser
felizes que achamos que viver em prole da outra pessoa é o caminho certo.
Desejamos tanto ser felizes, que nos esquecemos de nós próprios e passamos a
viver para o outro sem olhar para trás.
‘Somos bichos sociais’, é certo. Gostamos de
receber festinhas e então se temos um Amor, queremos prolongar ao máximo o
papel de gato meloso. Esquecemo-nos que as relações genuínas não têm teatros. O
Amor surge do genuíno, da autenticidade, não de jogos psicológicos.
Impressionar quem se Ama, gasta muita energia. Horas e horas a pensar que roupa
usar, que perfume meter, que frases proferir, que historias contar, quando às
vezes nem nós estamos predispostos e convencidos do que fazemos. Na realidade e
quando um Amor, deixa de o ser, a outra pessoa tem mais que fazer do que gostar
de nós. Têm uma vida! - E vocês?! O que têm?!
Se optassem por ser iguais?! Se dessem à relação
- a lei de reciprocidade?! Se parassem de agradar, à espera da felicidade e
começassem a gostar mais de vocês?!
Acreditam num amanhã sempre melhor que um hoje e
têm esperança, acreditem!
Talvez a chave de tudo seja mesmo a Esperança!
– e anulam-se.
Esperança - de um Amor verdadeiro, apenas. Como tanto merecem - merecemos.