quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Confissão #1 Beija-me!



Não confesso às paredes, mas confesso-vos: o que mais me atrai no sexo oposto é a boca. Uma dentição a roçar a perfeição - e cuidada. A forma como articula as palavras. Um sorriso atrevido e uma gargalhada sentida são um íman para a minha atenção. 

Inevitavelmente o beijo, o jardim das delicias. 

O beijo é dos passos mais importantes, não me refiro a um beijo inocente mas a um beijo ousado, prolongado, envolvente e arrebatador.  Aquele em que o sangue fervilha, a pulsação acelera e solta o lado mais animalesco, selvagem e - desculpem os mais pudicos - normal que há em nós. 

E um beijo, que se digne do seu nome, é o principio de horas de sono perdidas, de voltas na cama e insónias. 

Provavelmente por isso, o beijo é aquele momento em que tudo pode começar ou acabar. 

Um beijo nunca é só um beijo, é a cumplicidade, a química e a física!

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Pós Dia de São Valentim...

O dia dos namorados chegou ao fim, finalmente! - pensei às 23h58 do dia oficial dos comprometidos.

Não que andasse a desesperar ao longo do dia, mas simplesmente porque gosto mesmo do dia mais comercial para quem tem uma cara metade. Tão importante quanto o dia da mãe ou do pai! Vale o que vale, mas acho que deve de ser festejado, por quem pode. Gosto de todas as lamechices, de pensar na surpresa, de ser surpreendida, de me vestir especialmente para a ocasião e das lembranças que ficam para recordar. Daquelas que mesmo quando acabamos a relação e guardamos - algures na última gaveta do armário - ainda sorrimos ao relembrar a momento - mesmo que estejamos no alto mar dos sentimentos.

Nestas datas, ocupar-me é sempre a minha estratégia para enfrentar as vinte e quatro horas não desejadas, este ano cuidar de mim foi o meu lema. Poupei na prenda, gastei comigo. E ainda acabei o dia com a banheira bem cheia e quente envolvida pelos aromas do óleo relaxante e magnificamente acompanhada de um taça de vinho tinto. E continuou numa maratona das minhas series favoritas. E sem despertador neste Domingo - Pós São Valentim. Acordei, com os níveis de energia no máximo, afinal tenho mais 364 dias meus.

Não estava com paciência para jantares de solteiros e muito menos para alinhar em saídas naquela noite onde o engate é certo, afinal a probabilidade de quem está na rua numa noitada destas ser solteiro é altíssima e eu não gosto nada de me sentir um alvo. Ou ir à pesca! Dispenso.

O que faria se tivesse aquela companhia? Teríamos um jantar bem especial, tão especial quanto a nossa relação, tão especial quanto ele. Independentemente do local, arrojava em tudo, afinal a noite pedia que fosse diferente. Porque na verdade acho que estes dias - embora possam ser comemorados todos os dias, sim - servem para ser marcados pela diferença, porque há uma data oficial a comemorar. Para além do que esta implícito, fazia-o sentir - mais uma vez, como todos os outros dias - o quanto era desejado e amado. 

Acredito que tenha sido uma noite entediante para muitos, mas também creio que há sempre formas de contornar os dias menos bons e torna-los inesquecíveis. E acima de tudo é fundamental vivermos bem connosco e aceitarmos a realidade.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Vendem-se sonhos!

A carência é o flagelo dos solteiros. 

O desejo de ter alguém, provar à sociedade mais conservadora que afinal são normais - como se houvesse esta definição - em vez de serem felizes com o que a vida lhes dá de bom. Sofrerem desmedidamente, não com o modo de vida que escolheram mas com o destino que indirectamente lhes foi traçado e que lhes corrompe a sensatez. Comparável a ir a um supermercado com fome, apetece tudo. Assim é a vida de quem vive desesperadamente à espera de um relacionamento: atirasse de cabeça a qualquer promoção - oportunidade. E esta insatisfação perante a condição imposta pelo infortúnio do rumo que lhes foi confinado, não ajuda em nada a tomar as decisões mais acertadas. 

A aspiração de realização é tão forte que aceitam qualquer regra, movidos pelo desespero e por um bilhete de identidade que teima em mostrar que o tempo não volta atrás. O que parece que não percebem, é que mesmo não voltando - que não volta - há uma caminho em frente a percorrer.

As pessoas perdem a capacidade de sonhar. Ficam descrentes num futuro que está, tão somente nas mãos de cada um. Se é fácil falar? Ui, se é. Mas eu falo com conhecimento de causa. Eu sou uma das que não está nesta condição por opção. Mas resolvi fazer as pazes com o passado. E nem aquele dia deste mês [piroso e] lamechas [como o amor deve ser] - que ao coincidir com o Carnaval até nos dá a possibilidade de fazer trocadilhos reles e considerar o dia uma palhaçada - me rouba qualquer sonho. 

Sou positiva por natureza, mas também sou muito terra-a-terra - em tudo. Aceito o bom, o menos bom e o mau. Luto contra pensamentos negativos e sonho, sonho tanto. Deito-me e acordo com a mente sempre focada nos meus sonhos - e objectivos. E num dos momentos em que sonhava acordada, resolvi mudar, o que estava ao meu alcance. À distância de uma boa dose de coragem e de uma dose extra de vontade, decidi sair da zona de segurança e mudar de código postal - entre outras pequenas grandes coisas. Tentar justificar aos meus arrendatários o inexplicável ou contornar ao máximo para que faça algum sentido. Aproveitar-me da minha desenvoltura verbal para que não pareça uma crise porque é tão somente uma necessidade consciente de experienciar uma outra realidade. 

Não que a minha felicidade dependa desta mudança em concreto, mas preciso de me desafiar a mim mesma, de mudar de hábitos, de ver gente nova e conhecer novos lugares. A monotonia do patamar de conforto tornou-se desconfortável, ou a minha teimosia começou a sussurrar-me ao ouvido. E por consequência o desassossego - do bom - e a inquietação - da boa - passaram a ser meus companheiros de viagem.

O pior que pode acontecer é arrepender-me, mas que todo o mal seja esse. Ninguém se pode arrepender de tentar, se avista a solução ou mesmo resolução de uma série de pendentes. Aceitar se não correr como o desejado. Mas correr atrás dos sonhos, mesmo que só façam sentido para nós. Ambição? Também tenho a minha dose. 

Em tempos de revolução pessoal, que seja tão bem sucedida quanto a dos cravos.

Se pudesse vendia sonhos - não dos fritos que têm açúcar e canela que esses ficaram pelo mês deles - mas daqueles que enriquecem qualquer ser. Ensinava a arte de acreditar que os sonhos estão ao alcance de quem sonha! Mesmo quando parece que o mundo inteiro se uniu para nos tramar. 

Decreto o mês dos sonhos! Vamos sonhar, traçar metas - sejam elas quais forem. A primavera está à porta não tarda, os dias vão ficar mais longos, as flores vão brotar e sonhar é tão gratificante.