segunda-feira, 6 de agosto de 2018

1 ano, 3 meses e alguns dias depois…

Este foi o tempo que durou o meu luto.

Luto é luto. Não aposto no errado à espera do certo.

É o tempo a que me dedico só a mim, meto as ideias no sítio e tento fazer um acordo com o coração. Sucede um caminho duro e doloroso, em que o tempo costuma ser o melhor aliado. Não há hora nem momento certo para dar como concluído este processo, nem há um despertar em que tudo se resolveu, mais parece um download numa zona refundida no interior, com muiiiito pouca rede.

Os motivos que deram lugar à perda - porque o romper de uma relação, seja ela qual for, é uma perda, e tudo o que motivou aquele murro na mesa final - influenciam o percurso. A necessidade de repor os valores da auto-estima, da confiança, e a esperança de que há,  lá fora um mundo à nossa espera.

A meio do processo, tentei desfocar-me, mas no fundo, sabia que era um interesse forçado, e por isso, porque sou transparente no que toca a sentimentos, percebi que não encaminhei as coisas da melhor maneira, e claro, só reforcei a necessidade de prolongar o meu luto, no seu mais puro sentido.

Analisando friamente, ou conscientemente, esta necessidade de introspecção é a defesa que tenho para encarar fases menos boas, a todos os níveis. Mas também acredito que com os contratempos aprendemos e reajustamos prioridades e pensamentos. Valorizamos pessoas. Rebuscamos o melhor de nós.

Arrisco-me a dizer que durante este ano, três meses e alguns dias, não me lembro de uma abordagem que me fizesse balançar, provavelmente pela força de um passado-fantasma que teimava em reaparecer sempre que eu ousava pensar que não mais o iria fazer. Acabei de chamar "fantasma", acho que posso considerar uma evolução!

Perdi a noção do tempo. Sinto-me saída de um retiro, sem nunca ter estado em algum. De peito cheio inspiro esperança e expiro tranquilidade.

Não sei se o processo está devidamente concluído, sei que me sinto preparada para espreitar - a medo, confesso! - o que se passa lá fora. Do outro lado da muralha - qual muralha da China!! - em que me coloquei para fazer frente a todo um procedimento de desapego. Quem sabe, não há uma fenda, prestes a ser descoberta…

Quero muito acreditar que, a magia que se ama, é directamente proporcional à ordem pela qual as pessoas entram na nossa vida. Foi assim até à data...

1 comentário:

  1. É um processo que cada um interioriza à sua maneira e tudo o resto é feito dessa forma. O melhor é sê-lo na melhor forma dando valor aos nossos valores.
    E depois é olhar em frente. Esse que seja o foco.
    Não sei, no meu caso, quando consegui fazer o luto e se o processo ficou terminado. Mas continuo a olhar para a frente. Esse é o caminho.

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