Ano Novo Vida Nova, dizemos com alguma frequência sempre que
bate a meia-noite do último dia do ano. Os habituais desejos empurrados pelas
passas e o champanhe, desculpem, espumante, que era maravilhoso por sinal, a
assegurar que as doze passas ficam bem guardadinhas após os pedidos tão bem…
engolidos! Passado um ano já ninguém se lembra do que pediu, mas de certeza que
alguma coisa se realizou! Como por aqui, a tradição ainda é o que era, assim
foi.
Escolher com quem passar este dia não foi uma decisão
difícil, até porque as opções não eram muitas, de entre as amigas casadas,
gravidas, com filhos ou os dois, sobravam as solteiras e aquele por quem o
sangue me faz fazer tudo, quase tudo, sem pensar duas vezes. O facto de a maior
parte das amigas estarem num outro estágio da vida, e de eu ainda poder viver o
que elas já não podem, faz-me pensar: é uma vantagem ou desvantagem?! Será que sou uma privilegiada pela
prorrogação natural de uma liberdade sem determinadas responsabilidades? Ou
isto são desculpas para um presente imperfeito a pensar num futuro? Se por um
lado posso optar por fazer aquilo que bem me apetece, gerir os meus horários ou…
simplesmente, dormir!!! Ah pois, quantas
delas dormiram depois da noitada? Up´s houve noitada?! Ou adormeceram enquanto
adormeciam os vossos mais que tudo e nem deram pelas doze badaladas porque há
dias que não sabem o que isso é? Ou tiveram aquela última zanga do ano com o
companheiro porque ele estava a beber demais ou a divertir-se e vocês sem plano
de salvação? Por outro lado, se me perguntarem se me imagino nesse papel,
respondo sem hesitar um segundo: sim! Mas se ainda não o estou a viver, vivo o
que de melhor me brinda a minha autonomia de um sem fim de opções, que só percebemos
que há vantagens quando ouvimos os desabafos exaustos das que pensamos estarem
completas, e estarão, mas quase que aposto que trocavam um fim-de-semana
comigo.
Se eu posso passar uma noite – a grande noite! - sem olhar
para o relógio, deglutir o meu espumante, as vezes que apetecer, que fique escrito
que não são assim tantas - só até sentir as mãos dormentes - dançar… desfrutar
das figuras alheias, há que aproveitar...
Não posso revelar os desejos, mas posso contar o que pensei
minutos antes do derradeiro momento em que os foguetes se ouviram: que apesar
de um 2013 bastante atribulado, sinto-me bem e apesar de só teoricamente, levei um ano muito bem acompanhada, por uma
família maravilhosa e amigos inesquecíveis.
Vivam, vivam a vida! Independentemente da fase em que se
encontrem… Dizem os antigos: O que tiver
de vir, virá!
A questão é quando as tuas amigas solteiras são cada vez menos e as que restam são super caseiras, timidas, que teem uma noitada 1x ao ano. Aí ficas com a tua liberdade e a solidão. É como estou neste momento.
ResponderEliminarSem dúvida! Acontece-me tantas vezes... É tramado lidar com isso...
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