Costumo utilizar a expressão de que : a minha vida é como um GPS está constantemente a… recalcular - a rota!
A minha confiança desmoronasse sempre que penso na possibilidade de me voltar a apaixonar.
Há escassos segundos em que penso “não quero!!” , depois volto a ser humana, e tanto quanto a minha consciência e bom senso me permitem - assumo - a verdade é que morro de medo!
Na fase - de sempre - em que me sinto melhor com a minha “solteirice” , em que vivo em perfeita harmonia comigo, sinto-me a fraquejar perante um cenário, que não sendo, parece novo.
Oiço o eco de um medo. Não sei se de falhar e uma vez mais os anos passarem ao lado. Se de acertar e dar uma volta radical à minha vida. Se é a adaptação que me assusta ou se é perder a liberdade que tanto prezo e que foi tão difícil conquistar que me apavora. Tantos “ses” que mais me sinto uma adolescente, com medos.
Quando as conversas se estendem mais do que habitualmente permito. Quando dou por mim a pensar várias vezes ao dia em como seria e se valerá a pena o risco. Quando perco o controlo da minha autonomia e me sinto a quebrar, anestesiada pelo desconhecido.
Se depois dos trinta e com uma bagagem imensa atrás - das vantagens e desvantagens - ficamos muito mais seletivos e exigentes, certo é que há coisas que não controlamos e que me/nos - e não é o NOS da fusão - fogem entre os dedos. Ou se vive ou se esquece. E é essa linha - ténue - o risco que nos predispomos ou não a correr, que fará a diferença.
Gostava de minimizar a margem de erro. De acertar. De poder prever o futuro e fazer o que é certo.
Às vezes parece que sou à prova de bala, mas não sou à prova do amor.
Não sou solteira aos 30 por opção. Acontece. Não culpo o insucesso das relações, a exigente profissão, a desejada independência ou a crise! Acontece. Tem vantagens e desvantagens e é essa experiência que quero partilhar e guardar aqui. O título tem prazo de validade: sete anos! A ver vamos o que acontece entretanto. Que 2014 seja o princípio de uma estória - da minha estória - no regresso ao encantador mundo da blogosfera. Sejam bem-vindos!
quarta-feira, 28 de maio de 2014
sexta-feira, 23 de maio de 2014
Final de temporada...
Em semana da final da Liga dos Campeões em Lisboa, e uma semana depois
do final da época desportiva, dei por mim a fazer uma comparação...
O fim de um ciclo. Princípio de outro. Despedidas e contratações.
Adoro futebol. Acompanho outras modalidades mas é o desporto rei o meu preferido. Sei que não é muito comum nas mulheres. Mas o
ambiente de um jogo de futebol é arrepiante! Os cânticos! Os vinte e seis protagonistas em campo absorvem qualquer pensamento. A concentração dos
milhares que assistem e o êxtase de um golo! É uma terapia. Por mais estranho
que pareça.
Como diz o hino do meu
clube “dos netos aos avós” e assim é. Não me lembro de escolher a cor do
coração. Desde de sempre que vou ao estádio - é o único sítio em que não há
fila para a casa-de-banho das mulheres! - e acompanho religiosamente o que
acontece no meu e na maioria dos clubes europeus. O meu irmão sempre esteve ligado a esse mundo e de uma forma natural o tema "futebol" sempre foi tema de conversa familiar. Há alturas em que gostava de ser homem, era a minha única hipótese de ouvir um estádio a gritar o meu nome... Ou simplesmente ir ao centro do relvado com casa cheia. Por mais estranho que
continue a parecer.
E foi no último Domingo de jogo da época que já terminou -
em que fizemos uma brilhante temporada - que percebi que frequento um dos sítios
em que há mais homens por m2 e nunca tinha pensado nisto como um ponto em comum
com o sexo oposto.
Uma relação é como um jogo de futebol em que contratamos
pessoas - sem sequer nos apercebermos - substituímos e até expulsamos - umas por acumulação de amarelos outras com vermelho directo!. Feliz ou
infelizmente há o momento em que seguimos para prolongamento e inevitavelmente
alturas em que perdemos e outras em que ganhamos nas grandes penalidades. Há
momentos decisivos e cada ponto perdido - ou roubado! - pode fazer a diferença no
final da classificação.
Errar é humano. Só erra quem vive e só falha quem está lá
para marcar. Não podemos condenar ninguém por errar. Nem condenar alguém por
falhar. Desde que desempenhem bem os papeis que têm. É revoltante a
injustiça de um fora de jogo mal assinalado ou de um golo limpo anulado. Mas é
capacidade de dar a volta ao jogo com estas adversidades que tornam o sabor da vitória
tão deliciosa. Tal como no jogo da vida. Se bem que a injustiça de uma má
atitude tenha sempre um sabor amargo. E não se esquece. Nem no final da época.
Gerir uma relação, seja ela qual for - de amizade, familiar
ou um amor - é como ser presidente de um clube. Onde é difícil dissociar a razão
do coração. Onde as decisões podem interferir com todo um ciclo de vida. A
nossa vida e a vida dos outros. E é esse o grande desafio que temos
diariamente. É por isso que devemos viver a vida com consciência, para que
não falhemos “o” penalti nos 90´da final da Liga dos Campeões da nossa vida!
Que venha a próxima época, estou tão entusiasmada por voltar a jogar a "Champions League"!
Que venha a próxima época, estou tão entusiasmada por voltar a jogar a "Champions League"!
domingo, 4 de maio de 2014
Um dia especial...
Não me incomoda não ter uma relação, sei que mais cedo ou
mais tarde vai acontecer. Com o avançar da idade tudo acontece - naturalmente
- com maior rapidez. Do coração, vivo muito bem com essa condição. Mas o que me
faz pensar é que vou ser uma mãe mais velha do que gostaria.
A minha mãe foi precoce neste sentido. O que faz com que
tenhamos somente dezassete anos de diferença. Fazendo contas, de forma
divertida – se fosse hereditário - eu já poderia ser avó! Mas, mudam-se os
tempos, mudam-se as vontades. E cá estou eu a contrariar a cronologia da árvore
genealógica.
Fico felicíssima quando as minhas amigas/os anunciam a boa
nova e amo os filhos deles. Acompanho as evoluções e preocupações. O que acaba
por me tranquilizar para umas coisas e preocupar para outras. Como se tivesse
workshops completos e variados sobre o tema. O que me aguça mais o desejo.
Não sonho com príncipes encantados montados em cavalos brancos nem com
pessoas perfeitas. Tento esquecer os estereótipos e ajustar a “chek list”. Mas
muito provavelmente, a minha exigência não facilita. Paciência. Estou tão calma
que me dá a serenidade necessária para escolher com cabeça e com o coração. Tenho
saudades do estômago a borboletar. Mas quero o “tal”. Não mais “um”. Quero a
pessoa certa para ser o pai dos meus filhos e o companheiro para a vida.
Se pudesse ter escolhido, teria sido mãe por volta dos
trinta. Uma boa altura, penso. Antes não. Precisava deste tempo que tive para
mim. Também acho que não teria a maturidade necessária para a educação que hoje
sei que gostava que o meu filho tivesse. Por outro lado, não fui mãe porque não
quis – já dizia a “bruxa”. Mas só sei e acredito que fiz as escolhas certas,
porque não aconteceu. E ainda bem. Agora sei que vou desempenhar tão melhor o
meu papel.
O meu relógio biológico há muito que toca. Sinto-me
incompleta.
Não perco noites a pensar, mas suspiro… Digo-o com um
sorriso: Príncipe aparece, quero tanto ser mãe!
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