Sempre que me dá um ataque de nostalgia, tento contrabalançar com uma dose de esperança num futuro mais que risonho - um futuro gargalhante! [acabei de inventar].
Não sei se pelo tempo livre a certa altura do dia - se por ter um cérebro que teima em não descansar - que isto é uma movimentação constante. Penso no que devo e no que não devo. Por isso, gosto tanto do horário de expediente, o único período do dia em que estou focada no trabalho - tirando as pausas para café, chás e afins.
Numa dessas mini pausas, começou a passar na rádio Os maridos das outras e por ai fiquei breves - penso eu - segundos. Nunca tinha pensado no assunto, mas percebi que não me casava com nenhum dos maridos das minhas amigas - provavelmente eles também não casariam comigo. Todos tinham defeitos que eu não seria capaz de lidar uma vida inteira.
São excelentes pessoas, tenho de deixar isto bem claro. Quase perfeitos aos corações delas, e só isso importa. Mas longe de serem o arquétipo da perfeição. A diversidade é grande e não me estou sequer a focar no aspecto físico, só mesmo nas personalidades.
Do mais independente ao mais submisso. Do mais acomodado ao constante insatisfeito. Do mais maduro ao mais imaturo. Do mais vivido ao mais inocente. Do mais bem humorado ao mais carrancudo. Do mais mimado ao mais picuinhas. Todos têm características bem marcadas. E todos eles encaixaram com elas de uma forma mais ou menos natural. E a ilação é mesmo essa, cada qual tem o seu nível - não de exigência - mas de aceitação, que varia de pessoa para pessoa, até porque nem conseguiria trocar os maridos entre elas, seria impossível.
A vantagem, é concluir que um dia o meu príncipe vai ser sapo aos olhos delas, mas eu vou vê-lo cintilar. Porque o Amor não cega, não deturpa a visão, mas altera a forma como interpretamos e aceitamos os defeitos que cada um tem. Porque amar, é nem precisar de usar a balança para pesar as qualidades vs defeitos. Amar é depender saudavelmente da presença emocional. É querer. É dar. É receber. É ser verdadeiro. É aceitar o bom e o mau - incondicionalmente - até que a morte nos separe.